Tuesday, March 12, 2013

“We Couldn’t Sit in The Same Room Twice III” / Não Podemos Sentar-nos Duas Vezes na Mesma Sala III” Museu Nogueira da Silva, Braga / Março, Abril 2013


Monday, March 11, 2013

“We Couldn’t Sit in The Same Room Twice III” / Não Podemos Sentar-nos Duas Vezes na Mesma Sala III” Museu Nogueira da Silva, Braga / Março, Abril 2013













Saturday, March 02, 2013

“We Couldn’t Sit in The Same Room Twice III” / Não Podemos Sentar-nos Duas Vezes na Mesma Sala III” Museu Nogueira da Silva, Braga / Março, Abril 2013




We Couldn’t Sit in The Same Room Twice III
/ Não Podemos Sentar-nos Duas Vezes na Mesma Sala III”

Museu Nogueira da Silva, Braga / Março, Abril 2013

O título talvez sugira a frase de Heraclito que fala sobre a água do rio[1]; Mas não. Sai de uma frase de Lady Baird[2] e tem a ver com uma regra de sociedade que recomenda a utilização de salas diferentes para receber as pessoas convidadas antes e depois de um almoço ou de um jantar.
Este título é usado para uma exposição em Lisboa e outra em Tânger onde apresento o vídeo de dupla projeção “Indoors / Outdoors” “Interior / Exterior”. Na parte “indoors” vê-se Lady Baird a dizer esta frase: “-We couldn’t sit in the same room twice!”.

A apresentação de Braga:

Tenho uma espécie de atracção por casas-museu ou por museus que, simplesmente, foram casas. Os objetos existentes tornar-se-ão fetishes de pessoas e de passados que provavelmente nunca terão existido como nos é dado ver agora.

Surge-me o desejo de transformar a leitura do espaço existente da casa-museu sem ter de lhe tocar fisicamente. Ela já estará suficientemente modificada pelo tempo e pelos elementos que a constituem.

Parece que a casa-museu e o conjunto dos seus elementos acabam por transformar-se  de um modo, diria, um pouco perverso, ao tentar cristalizar o passado, revelando o que nunca existiu traindo assim os seus patrocinadores: os do passado, e talvez, também, os conservadores do presente.

Mas na casa-museu Nogueira da Silva pode ficar-se à noite. Isso nega, um pouco, essa ideia de museu, de casa-museíficada, inabitável. Disso, é claro, gosto. Realizo o sonho de dormir na casa-museu. Na cama com os aromas do passado como na letra de um fado arrebatado[3].

O visível desta apresentação serão alguns objectos saídos das reservas da casa-museu e as suas representações pintadas onde o todo se torna algo que poderá parecer uma espécie de cenário de teatro onde os espectadores são convidados a entrar.

São pinturas elaboradas a partir de modelos que incluem outras pinturas onde se vê parte do enquadramento do espaço onde são realizadas; Imagens gerais de outras exposições, objectos, personagens.

Tento criar uma espécie de “falsos” e “redundâncias” em relação à coleção permanente e ao meu próprio passado como pintor.

O meu desejo aqui será confundir um pouco mais o passado glorioso, incluir objectos e apagar um pouco algumas fronteiras entre o meu trabalho, o passado, e os elementos existentes.


[1] πάντα ε traduzido por “Panta Rei” – Tudo Flui – “ninguém pode banhar-se duas vezes nas águas do mesmo rio” Heraclito.


[2] https://groups.google.com/forum/?hl=en&fromgroups=#!topic/peerage-news/cIEs7wbZczw
[3] Como o “Povo que lavas no rio” de Pedro Homem de Melo. Consta que Salazar, por exemplo, dormiu nesta cama, terá tomado banho nesta casa de banho (…)